A Lista do Nunca / Koethi Zan
O suspense de estreia da
americana Koethi Zan, A Lista do Nunca (The Never List, 2013, Editora Paralela,
272 p.) me chamou atenção pela intrigante sinopse, porém, diferentemente de
várias leituras de autores novatos que me agradaram, esse livro não me
surpreendeu positivamente. A premissa é muito boa e atual, mas o
desenvolvimento do enredo deixa a desejar, tornando o livro superficial.
A história acompanha
Sarah que está a dez anos confinada em seu apartamento, fugindo do mundo, após
sofrer o segundo grande trauma da sua vida. O primeiro ocorre na infância ao
sofrer um grave acidente de carro e começar, juntamente com sua melhor amiga
Jennifer, a compilar o tal “lista do nunca” a que o título do livro se refere.
Essa lista, baseada em
estatísticas e minuciosas investigações visando evitar situações em que
poderiam não estar seguras, consome toda adolescência das garotas. Até aqui eu
acreditava no potencial do livro, pois estresse pós-traumático e TOC –
Transtorno Obsessivo Compulsivo – são temas extremamente interessantes dentro
do universo da psicologia. A tentativa de controlar o incontrolável,
comportamento tão inerente a esse transtorno mental, é esboçado nas atitudes
das meninas, porém, obviamente, a lista se torna falha quando no primeiro ano
de faculdade as amigas são sequestradas.
Em curtos flashes
descobrimos que ambas permaneceram no cativeiro em companhia de mais duas
garotas, sendo torturadas por um sádico por três anos até aproveitarem a
oportunidade de escapar. Chega a incomodar a semelhança do captor com o
psicopata principal da série televisiva The Following (FOX, 2013–2015):
megalomaníaco narcisista, também estudioso do comportamento sob estresse tanto
físico, quanto mental e obcecado em deturpar as obras de um pensador para
justificar suas atitudes. Infelizmente o programa de TV é tão mediano quanto
esse livro.
Na verdade, a leitura não
propicia que se crie empatia com nenhum personagem, nem mesmo com a
protagonista. Normalmente ocorre exatamente o oposto em livros sobre sequestros
prolongados, sendo um dos principais exemplos o extraordinário relato da
história real de Natasha Kampusch no livro 3096 Dias (3096 Täge, Verus Editora,
225p.) que merece uma resenha inteira dedicada a essa biografia.
Após fugir e ficar
voluntariamente isolada ao longo de uma década, Sarah é obrigada a enfrentar
suas fobias, procurar as antigas companheiras de cativeiro e começar uma
investigação para impedir que o seu raptor consiga sair da prisão.
É no enfrentamento dessas
novas situações que a autora se perde, tornando o livro, até então aceitável,
em lamentavelmente inverossímil. Mais uma vez o enredo perde a oportunidade de
se aprofundar na relação entre as garotas e nas consequências das atitudes
tomadas em nome da sobrevivência, para se concentrar numa investigação recheada
de clichês.
Talvez a falta de
conhecimento sobre agorafobia – transtorno de ansiedade associado a um quadro
de síndrome do pânico – e como superá-lo tenha comprometido a trama que
apresenta circunstâncias que seriam evitáveis até mesmo para quem não possui uma
“lista do nunca”.
Descobri que fazer a
resenha de um livro que adorei é muito mais fácil do que um decepcionante, mas
me senti na obrigação de dividir minha experiência com esse livro que,
infelizmente, irá diretamente para a lista de não recomendados.
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Oi Tati!
ResponderExcluirVim ler sua resenha esperando algo positivo em relação ao livro por ter gostado bastante da capa, mas é aquela coisa né: Quem vê capa não vê conteúdo! hahaha
Confesso que não estou muito afim de tirar minhas conclusões sobre o livro nesse momento, mas talvez posteriormente eu adquira meu exemplar só por curiosidade mesmo.
Muito legal sua sinceridade, também acho muito mais difícil fazer uma resenha negativa do que uma positiva :)
Abraços
Oi, Ana!
ExcluirFoi um pouco decepcionante, pois só vi crítica positiva sobre esse livro. Acho válido a leitura mesmo assim. Afinal, leitura é, em grande parte, questão de gosto.
Acho que foi minha segunda resenha não positiva e fiquei muito feliz por ler seu comentário :)
Obrigada, abraços!
Olá Tati, tudo bem? Primeiro adorei o tema do blog, amo gatos <3
ResponderExcluirQue pena que não gostou do livro, é uma sensação muito ruim já aconteceu comigo rs.
Ainda mais quando colocamos uma certa expectativa. Mas valeu a dica né :)
Beijos
Fran
Achei e Rabisquei
Ola :)
ResponderExcluirNão curto muito livros nem filmes desse gênero, me da um nervoso sabe? eu não curtir muito a capa desse livro, muito menos o nome :/
e triste quando um livro não e bacana assim não e?
beijos
Você escreve muito bem!
ResponderExcluirDá uma decepçãozinha quando a gente lê um livro e depois descobre que ele é ruim, né? Por isso sempre procuro ler algumas críticas sobre eles antes.
Eu só vi o filme de 3096 dias e posso dizer que AMEI MUITO! É muito interessante. Passa uma sensação de PRECISO AJUDAR ESSA MENINA. haha
Um beijo,
http://www.janainebagatini.com/
Hey Tati!
ResponderExcluirEu tinha feito uma postagem num site parceiro sobre o afeto do sequestro e falei de 3096 dias e achei interessante essa lista do nunca, não cojnhecia o livro e nem a autora e apesar da premissa ser boa... Pena que naõ desenvolve bem :(
Deve dar um nervoso ler esse livro, não? HEHEHE
Obrigada, fico feliz que tenha gostado da postagem da bienal HEHEHEH
o bom foi aproveitar as promoções depois da bienal ou durante na internet HEHEHE
Um beijo!
Pâm - www.interruptedreamer.com
Quando vi o título e a capa pensei: esse livro deve ser ótimo, cheio de mistérios, o tipo de livro que eu vou curtir pois é o gênero que gosto. Mas lendo a sua resenha ele não me despertou nenhuma curiosidade, eu imagino que deve ter sido bem decepcionante mesmo!Como você acho legal compartilhar mesmo que não goste do livro, assim quem está pensando em comprar vai ter uma noção de como é.
ResponderExcluirBeijos
http://blog-mundodalua.blogspot.com.br/
Realmente escrever um não gostei e mais dificil e mesmo assim gerar expectativas em um leitor. Beijos
ResponderExcluirMuito bom sua verdade sobre os os assuntos ! acho que é mais difícil fazer um texto negativo do que positivo não gosto muito de livros principalmente assim quanto não é tão bom . Mas vc escreve mto bem e sua resenha é incrível ❤
ResponderExcluirOdeio quando pego algum livro e detesto ele :/ Geralmente eu levo num sebo e troco/vendo kkkk Mas eu tava de olho nesse livro pelo nome e pela capa, mas já vi que o conteúdo não é lá as mil maravilhas e eu não fiquei nem um pouco afim de ler ele agr kkk Aconteceu isso comigo quando li A Nona Configuração :/
ResponderExcluirNuvem de Novembro
Oi Tati
ResponderExcluirGostei da sua sinceridade.
Eu confesso que eu não leria esse livro porque a sinopse ja não me agrada, mas pela forma que você desenvolveu o texto também é pobre.
Esses dias eu estava assistindo um webinario que estava falando como o uso excessivo de clichés acaba com um bom texto. Lamentável!
Beijos
Meu mundinho quase perfeito
Oie, tudo bem? Pela capa e nome o livro parecia ser bem interessante. Gosto de livros com uma temática mais suspense, policial e até mistério. Uma pena que ele não tenha conquistado você. Mas é normal, as vezes vamos com muita expectativa e o livro não entrega aquilo que promete. Fazer o que, esperar pela próxima leitura rs O melhor é que cada livro é uma experiência, seja ela positiva ou não. No final, sempre tem algo a nos ensinar. Beijos, Érika *-*
ResponderExcluirLivro que entrou na minha lista! A capa é maravilhosa <3
ResponderExcluirA história também é super interessante, até porque eu amo suspense. Bjs
Fico triste que não tenha conquistado você ):
ExcluirPoxa, que pena =( Um tema tão bem pensado e denso, que dava pra render horrores numa história mega profunda e a autora não conseguiu. Se chegou no ponto da personagem com todos seus problemas e transtornos não conseguir gerar essa empatia é porque o trem tá feio!
ResponderExcluirE eu te entendo porque nunca consigo escrever resenhas de livros que acho ruins, sempre acabo desistindo!
Aí que horror, ao ler a sinopse não sei porque mas me lembrou um filme que assisti "os suspeitos", vc já viu? Mostra uma psicopata louca que capturava crianças e as torturavam e depois matavam... Horrível! Poxa que pena que a autora "se perdeu", a gente fica querendo achar algo ao que se apegar mas fica difícil quando a história "não te toca"... :(
ResponderExcluirAchei bastante interessante o livro e olha que não sou muito fã desse gênero. Adorei sua resenha sobre, está bem explicadinho!!
ResponderExcluirQuando a gente lê o nome do livro, pensa que o livro é ótimo mas pelo jeito só tem um ótimo nome rs
ResponderExcluirQue pena que o livro não é bom, mas a sua resenha ficou muito boa, já sei que esse livro não quero ler rs
Beijos