Sinopse: Em 1963, Frances "Baby" Houseman (Jennifer Grey - "Curtindo a Vida Adoidado"),uma jovem idealista de 17 anos, viaja com seus pais, Marjorie (Kelly Bishop - "Gilmore Girls") e Jake Houseman (Jerry Orbach - "Lei e Ordem") e sua irmã fútil Lisa (Jane Brucker) para um resort em Catskills.
Baby foi criada por seu pai, um
renomado médico, acreditando que poderia melhorar o mundo, mas essa visão é
posta a prova quando, tentando diminuir o tédio da bucólica Colônia de Férias Kellermans, ela
entra em contato com a vida pessoal dos funcionários e, principalmente, com o
instrutor de dança Johnny Castle (Patrick Swayze - "Ghost").
Esse
clássico dançante ainda hoje contagia não apenas por ter uma das mais marcantes
trilhas sonoras de todos os tempos, incluindo a vencedora do Oscar na categoria
Melhor Canção Original “(I've Had) The Time of My Life”
(vale a pena conferir a trilha completa!!!),
mas também por ser um filme romântico com conteúdo.
Pertencendo
a mesma vertente de filmagens dos anos 80 como “Clube dos Cinco”
(The
Breakfast
Club)
e
“Conta Comigo”
(Stand by
Me)
em
que os roteiros eram o foco principal, dispensando as mega produções tão comuns
nos dias de hoje, “Dirty Dancing” se aproveita da paixão de Baby e Johnny para
tocar em pontos polêmicos sobre a sociedade americana.
O
assunto
mais controverso do filme é claramente o
questionamento sobre o direito
das mulheres realizarem abortos,
já que toda a trama do filme gira em torno da gravidez indesejada da amiga e
parceira de dança de Johnny e que, como única alternativa disponível, recorre a
um aborto ilegal na época.
E
é na escolha do ano de 1963 para ambientar o enredo que está a grande sacada
dos roteiristas, exatamente uma década antes da Suprema Corte norte-americana
declarar a aborto legal em todos os estados (1973). Os anos 60 foram o
caldeirão que fomentou toda uma geração a questionar os valores até então
preestabelecidos, culminando numa revolução cultural que mudou a cara dos
Estados Unidos e refletiu em todo o mundo.
O
fortalecimento do
movimento feminista
e o surgimento de movimentos de contracultura como os hippies (1966), formados
predominantemente por jovens semelhantes a Baby
(norte-americanos de
classe média
e alta entre 17
e 25 anos),
tem seu embrião representado na relação da garota com o pai. A cena em que Baby
tenta se entender com o pai a beira do lago é a mais emocionante do filme e,
acredito, que a compreensão que seus pais não são perfeitos e não são
detentores de todas as verdades do universo é uma das lições mais amargas do
processo de amadurecimento enfrentado pela protagonista.
Falando
em processo de amadurecimento, não posso deixar de enfatizar que o despertar
sexual de Baby também não deixa nada a desejar, provando que uma conta bancaria
avantajada não tem
nenhuma
importância!
Johnny
não é o típico par romântico: pode ser pobre, ter sido obrigado a aproveitar todas as oportunidades para se
virar sozinho na vida, como aceitar dinheiro de mulheres (mais uma questão
polêmica abordada!); ter uma autoestima rebaixada que o leva a duvidar que
qualquer ajuda possa ser altruísta, principalmente vinda de pessoas ricas, mas
é extremamente charmoso e é impossível terminar de assistir o filme sem morrer
de vontade de aprender a dançar com o instrutor.
Concordo em tudo!
ResponderExcluirAssisto esse filme desde criança e nunca parei muito pra pensar sobre as temáticas que ele aborda e que são, realmente, muito profundas e emociantes. A cena em que Baby briga com o pai dela e depois pede desculpas é muito emocionante.
Amo esse filme que apesar de tão antigo ainda é muito melhor do que muitos que são feitos hoje em dia e adorei sua resenha. Passou tudo o que pensei e muito mais. É sempre bom aprender um pouco mais sobre um clássico :D
Estante de uma Fangirl
Obrigada Daniele!
ResponderExcluirFiquei muito feliz que você tenha gostado da resenha :)
É muito bom encontra alguém que também ame esse filme como eu.
Concordo com você, os filmes de hoje não tem a força dessa produção. Credito muito desse feito ao roteiro impecável.
Já me deu vontade de assistir novamente!
Beijinhos!
Esse filme é mesmo um clássico, é muito bonito ver como o romance deles cresce aos poucos, e a abordagem do aborto é muito intrigante.
ResponderExcluirÓtima sua resenha, parabéns...Eu nunca tinha visto o filme dessa forma, pensando nos temas abordados e em tantos detalhes
ResponderExcluirEsse filme é daqueles que marcam não só a época em que foi lançado mas também outras gerações, sou apaixonada por ele e sempre que passa na TV assisto e mesmo sabendo todo o filme não canso rsrs
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