6 de fevereiro de 2015

Dirty Dancing - Ritmo Quente (1987)

Sinopse: Em 1963, Frances "Baby" Houseman (Jennifer Grey - "Curtindo a Vida Adoidado"),uma jovem idealista de 17 anos, viaja com seus pais, Marjorie (Kelly Bishop - "Gilmore Girls") e Jake Houseman (Jerry Orbach - "Lei e Ordem") e sua irmã fútil Lisa (Jane Brucker) para um resort em Catskills.
Baby foi criada por seu pai, um renomado médico, acreditando que poderia melhorar o mundo, mas essa visão é posta a prova quando, tentando diminuir o tédio da bucólica Colônia de Férias Kellermans, ela entra em contato com a vida pessoal dos funcionários e, principalmente, com o instrutor de dança Johnny Castle (Patrick Swayze - "Ghost"). 


Esse clássico dançante ainda hoje contagia não apenas por ter uma das mais marcantes trilhas sonoras de todos os tempos, incluindo a vencedora do Oscar na categoria Melhor Canção Original “(I've Had) The Time of My Life”  (vale a pena conferir a trilha completa!!!), mas também por ser um filme romântico com conteúdo.
Pertencendo a mesma vertente de filmagens dos anos 80 como “Clube dos Cinco” (The Breakfast Club) e “Conta Comigo” (Stand by Me) em que os roteiros eram o foco principal, dispensando as mega produções tão comuns nos dias de hoje, “Dirty Dancing” se aproveita da paixão de Baby e Johnny para tocar em pontos polêmicos sobre a sociedade americana.
O assunto mais controverso do filme é claramente o questionamento sobre o direito das mulheres realizarem abortos, já que toda a trama do filme gira em torno da gravidez indesejada da amiga e parceira de dança de Johnny e que, como única alternativa disponível, recorre a um aborto ilegal na época.
E é na escolha do ano de 1963 para ambientar o enredo que está a grande sacada dos roteiristas, exatamente uma década antes da Suprema Corte norte-americana declarar a aborto legal em todos os estados (1973). Os anos 60 foram o caldeirão que fomentou toda uma geração a questionar os valores até então preestabelecidos, culminando numa revolução cultural que mudou a cara dos Estados Unidos e refletiu em todo o mundo.
O fortalecimento do movimento feminista e o surgimento de movimentos de contracultura como os hippies (1966), formados predominantemente por jovens semelhantes a Baby (norte-americanos de classe média e alta entre 17 e 25 anos), tem seu embrião representado na relação da garota com o pai. A cena em que Baby tenta se entender com o pai a beira do lago é a mais emocionante do filme e, acredito, que a compreensão que seus pais não são perfeitos e não são detentores de todas as verdades do universo é uma das lições mais amargas do processo de amadurecimento enfrentado pela protagonista.
Falando em processo de amadurecimento, não posso deixar de enfatizar que o despertar sexual de Baby também não deixa nada a desejar, provando que uma conta bancaria avantajada não tem nenhuma importância!

Johnny não é o típico par romântico: pode ser pobre, ter sido obrigado a  aproveitar todas as oportunidades para se virar sozinho na vida, como aceitar dinheiro de mulheres (mais uma questão polêmica abordada!); ter uma autoestima rebaixada que o leva a duvidar que qualquer ajuda possa ser altruísta, principalmente vinda de pessoas ricas, mas é extremamente charmoso e é impossível terminar de assistir o filme sem morrer de vontade de aprender a dançar com o instrutor.



Excelente Companhia!

5 comentários:

  1. Concordo em tudo!
    Assisto esse filme desde criança e nunca parei muito pra pensar sobre as temáticas que ele aborda e que são, realmente, muito profundas e emociantes. A cena em que Baby briga com o pai dela e depois pede desculpas é muito emocionante.
    Amo esse filme que apesar de tão antigo ainda é muito melhor do que muitos que são feitos hoje em dia e adorei sua resenha. Passou tudo o que pensei e muito mais. É sempre bom aprender um pouco mais sobre um clássico :D
    Estante de uma Fangirl

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  2. Obrigada Daniele!
    Fiquei muito feliz que você tenha gostado da resenha :)
    É muito bom encontra alguém que também ame esse filme como eu.
    Concordo com você, os filmes de hoje não tem a força dessa produção. Credito muito desse feito ao roteiro impecável.
    Já me deu vontade de assistir novamente!
    Beijinhos!

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  3. Esse filme é mesmo um clássico, é muito bonito ver como o romance deles cresce aos poucos, e a abordagem do aborto é muito intrigante.

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  4. Ótima sua resenha, parabéns...Eu nunca tinha visto o filme dessa forma, pensando nos temas abordados e em tantos detalhes

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  5. Esse filme é daqueles que marcam não só a época em que foi lançado mas também outras gerações, sou apaixonada por ele e sempre que passa na TV assisto e mesmo sabendo todo o filme não canso rsrs

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